MULHERES À MARGEM DA CIÊNCIA

Maternidade é usada como critério para baixa produtividade em bolsas pelo CNPq, evidenciando desigualdade de gênero na ciência. Mídia pode promover transformação social ao dar visibilidade ao assunto

Por Júlia Giusti

No fim de dezembro do ano passado, a pesquisadora e cientista social da Universidade Federal do ABC (UFABC) Maria Carlotto trouxe a público a recusa de sua bolsa de produtividade pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em razão de sua maternidade. Esse auxílio é concedido como bônus a pesquisadores que se destacam em sua área de atuação. Segundo o parecer do Conselho, “provavelmente suas gestações [de Carlotto] atrapalharam” a realização de um pós-doutorado no exterior, e isso “poderá ser compensado no futuro”. O caso repercutiu amplamente na mídia, denunciando a desigualdade de gênero, em especial, na pesquisa e na ciência. 

Foto: Reprodução/ X.

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