TRIBUNAL DOS JORNALISTAS

Condenação midiática sofrida por família de Sobradinho suspeita de aplicar golpes infringe Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros

Por Gabriela Cardoso

No dia 9 de abril, uma família de Sobradinho-DF foi presa por suspeita de lucrar cerca de oito milhões de reais aplicando golpes — por meio de investimentos falsos, compras simuladas em máquinas de cartão, financiamento de veículos e compras sem pagamento de produtos eletrônicos —, em ao menos 14 pessoas. Conforme o Art. 3º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, os profissionais na área estão subordinados a ele. Todavia, nem todos os jornalistas seguem o documento à risca, porque condenam e julgam casos antes da Justiça. O caso em questão foi veiculado de diferentes formas por três jornais: G1, Correio Braziliense e Jornal Opção.

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SHOW DE MADONNA E CHUVAS NO RIO GRANDE DO SUL

Quando dois grandes acontecimentos ocorrem ao mesmo tempo, critérios de noticiabilidade do jornalismo entram em xeque

Por Júlia Lopes e Júlia Giusti

O show da cantora Madonna ocorreu no dia 4 de maio, atraindo uma multidão estimada em cerca de 1,6 milhão de pessoas na área de Copacabana, no Rio de Janeiro. Esse evento já estava previsto há alguns meses, quando foi anunciado pelo Banco Itaú que a rainha do pop faria um show gratuito no Brasil, como encerramento de sua turnê The Celebration Tour, em comemoração aos 40 anos de carreira. O evento foi financiado majoritariamente pelo governo do Rio e pela iniciativa privada.

      Imagem: Reprodução/Riotur

Enquanto a mídia se preparava para cobrir o espetáculo, simultaneamente, o Rio Grande do Sul era atingido por chuvas intensas, desde 27 de abril. Com o passar dos dias, o cenário se agravou, com 80% das cidades alagadas, entre elas, a capital Porto Alegre e, mais de dois milhões de indivíduos afetados, entre mortos, desaparecidos e desabrigados. A situação foi reconhecida pelo Congresso Nacional como estado de calamidade pública, até 31 de dezembro deste ano, o que implica que recursos empregados nas ações de recuperação do estado não entram no teto de gastos.                                                                                                           

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Mídia vs Realidade: enfoques dados pelo jornalismo na cobertura climática

Como os debates sobre as mudanças do clima influenciam na perspectiva da sociedade sobre este problema

Por Gabriela Martins e Láisa Leite

Nos últimos anos, tem-se presenciado uma crescente preocupação em relação às mudanças climáticas e seus impactos no Planeta. As previsões acerca do clima têm se tornado cada vez mais precisas — como os alertas sobre as ondas de calor que atingem o Brasil — graças aos avanços tecnológicos e científicos. No entanto, é importante ressaltar que nem sempre estes prognósticos são noticiados de forma adequada, adquirindo uma cobertura sensacionalista e tendenciosa por parte dos veículos de comunicação. 

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Morbidez, acidentes, palavras e o jornalismo 

Sensacionalismo atinge a mídia nas descrições envolvendo Júlia de Albuquerque Violato, vítima de colisão entre um ônibus e um trem

Por Laíse Matos 

Júlia de Albuquerque Violato, 37, virou tema da cobertura midiática por ser vítima fatal de colisão entre um ônibus e um trem. Após o acontecimento, seu rosto estampou notícias de variados veículos com detalhes de sua morte, o que levanta o debate a respeito da necessidade e relevância dessa exposição.

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Império midiático do futebol

Falta de visibilidade ofertada para outras modalidades esportivas no Brasil

Por Iane Lima

Encerrou-se, dia 08 de outubro, o Campeonato Mundial de Ginástica Artística, que ocorreu em Antuérpia, na Bélgica. Além do espetáculo oferecido pela equipe brasileira, chama a atenção as poucas opções de transmissão quando comparada à disputas futebolísticas. Ainda mais por ser um esporte de extrema competitividade, com cerca de oito provas, nas quais são analisados grau de dificuldade dos movimentos, qualidade artística e rigor técnico. Postura perfeita, pernas retas, equilíbrio após rodopios compõem algumas das dificuldades enfrentadas pelos atletas.

Há mais de dez emissoras cuja programação inclui pelo menos um campeonato de futebol, nacional ou estrangeiro. Entre eles ESPN, SporTV, Premiere, TNT Sports, FoxSports para citar apenas canais televisivos por assinatura. As finais de ginástica, por outro lado, foram cobertas pelo SporTV, CazéTV e Canal Olímpico do Brasil. Quanto as classificatórias, tiveram transmissão europeia exclusiva através da All Gymnastics TV.

Reprodução do Google

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Regulamentação do audiovisual no Brasil

Políticas de incentivo à cultura no cinema e no streaming valorizam produção nacional 

Por Guilherme Cavalcanti, Júlia Giusti e Júlia Lopes

A distribuição audiovisual no mercado mostra a expressiva desvalorização da produção nacional. Segundo o Observatório do Cinema e do Audiovisual (OCA), em 2022, menos de 5% do público dos cinemas destinou-se a obras brasileiras, enquanto neste ano, o número caiu para 1,4%. A falta de regulamentação sobre o audiovisual do país revela um descaso com a cultura nacional que se segue há anos e viola o direito à cultura, previsto no artigo 215 da Constituição Federal

É nesse cenário que surgem as cotas de tela, determinando a obrigatoriedade da exibição de títulos brasileiros na televisão e no cinema. Neste caso, a reserva para as obras não foi renovada desde o vencimento, em 2021. A despreocupação com tal política ao longo dos últimos anos evidencia que representantes no poder constantemente fazem vista grossa para a necessidade dessas cotas.

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